Brasileiro vai de presidente da Nissan a foragido
Um jornal turco informou que o ex-presidente do Conselho de Administração da Nissan Motor Carlos Ghosn violou os termos de sua liberdade sob fiança e fugiu do Japão, sem que as autoridades de imigração percebessem, escondido na carga de jatos particulares.

Ghosn teria partido ilegalmente do Japão e entrado no Líbano na segunda-feira passada (30), usando dois jatos particulares de uma companhia aérea turca. Uma proibição de viagens ao exterior estava entre as condições de sua liberdade sob fiança.
O jornal turco Aksam citou fontes segundo as quais dois americanos embarcaram no primeiro jato em Dubai, no domingo passado, e voaram para Osaka. O avião carregava duas caixas grandes especiais para transporte de equipamento de áudio.
O jornal diz que as caixas eram grandes demais para passar pelas máquinas de raios X em um aeroporto de Osaka, então detectores portáteis foram utilizados para verificá-las. O jornal informa ainda, de acordo com as mesmas fontes, que Ghosn teria deixado o Japão sem passar pela imigração, utilizando as caixas.
As fontes teriam informado que os dois americanos disseram aos tripulantes para não incomodá-los e os mantiveram fora da sala para convidados durante o voo.
Quando os dois foram transferidos para a segunda aeronave em Istambul, um funcionário de alto escalão da companhia aérea teria afastado os tripulantes durante os procedimentos.
Investigadores turcos prenderam posteriormente o funcionário e continuam as investigações.
Promotoria de Tóquio emite declaração sobre fuga de Ghosn
A promotoria de Tóquio emitiu uma declaração criticando o ex-presidente da Nissan Motor, Carlos Ghosn, por ele ter saído do Japão sem permissão.
O vice-presidente do escritório distrital da promotoria pública de Tóquio, Takahiro Saito, emitiu a declaração no domingo (5), fazendo uma rara crítica a um suspeito de um crime.
Ghosn deixou o Japão em segredo e foi para o Líbano há uma semana, enquanto se encontrava sob liberdade condicional e proibido de viajar para o exterior.
A declaração diz que a fuga de Ghosn sem seguir os procedimentos legítimos desafia o sistema legal japonês e pode constituir um crime.
O documento critica Ghosn por quebrar sua promessa de comparecer a um julgamento num tribunal, dizendo que ele apenas tentou fugir da punição que receberia por seus próprios crimes, e que tal ato jamais poderá ser justificado.
*Com informações da Agência Brasil.